domingo, 26 de maio de 2013


08 DE MARÇO - UMA LENDA


Em toda referência sobre a mulher e sua luta, em todo ano e em qualquer espaço lemos sempre a mesma história sobre um fatídico dia americano, em que patrões trancaram e incendiaram uma fábrica matando inúmeras mulheres operárias. História repetida inclusive por feministas. História esta que nunca ocorreu, e, portanto, não é fato - é mito, e, pura má intenção de interesses contemporâneos em apagar os registros dos acontecimentos reais que intitularam o dia 08 de Março.

Quando a “idéia” de se criar um dia da mulher ocorreu, vivíamos a década de 1960 e um mundo em convulsão político-ideológico, cultural, social e sexual. Em meio a revoluções, guerrilhas, biquínis, Woodstock, teologia da libertação, Beatles, movimento hippie, queima de soutiens e a pílula, boletins e jornais feministas americanos e europeus lançam a idéia da “criação” de um dia internacional da mulher, pois esta se evidenciava com um papel marcante na sociedade em sua luta por direitos.
Esta data – 8 de março - já havia sido proposta, 56 anos antes, em 1910, por Clara Zetkin, dirigente do Partido Socialdemocrata Alemão, na 2ª Conferência da Mulher Socialista, e, 45 anos antes, em 1921, na Conferência das Mulheres Comunistas, em Moscou. E, nada teve a ver com o tão falado incêndio e mortes no continente norte-americano, mas sim com a luta das mulheres socialistas por dignidade e igualdade de direitos.
As greves que aconteceram em Nova Iorque e estão documentadas são: a das costureiras, em novembro de 1909, que durou três meses e a dos operários tecelões, em março de 1911, onde no período se registra um incêndio causado pelas péssimas instalações elétricas da fábrica, que matou 146 pessoas, entre elas várias mulheres. A culpa pelas mortes foi divulgada como crime dos patrões, atribuída ao capitalismo pelos socialistas. Pode vir daí a associação do dia 08 de Março.
Segundo historiadores, não existem em nenhum arquivo dos EUA ou Europa documentos com alusão a uma greve em 1857, em Nova Iorque. É um mito político e ideologicamente criado, pois greves, também eram comuns à época, mas esta, nunca existiu.
Em 1975 a ONU reconhece o 08 de Março ocidental como Dia da Mulher, aceitando a versão das 129 operárias queimadas vivas em 1857. A reverberação do mito encontra eco forte e se consolida.
Na verdade, foram outras greves, conferências e congressos socialistas que determinaram o Dia das Mulheres, e, seu nascimento se dá no movimento socialista do final do século XIX, início do XX, com as mulheres do partido comunista: Alexandra Kolontai, Clara Zetkin e Rosa Luxemburgo, dentre outras, que lutaram pela igualdade e libertação feminina.
Neste período, de início de século, em meio à luta de classes e de gênero, iniciou-se a busca da mulher socialista pelo direito ao voto. Essa luta se alastra por todo o mundo, inclusive nos EUA, que em 1909 e 1910, no Comitê Nacional das Mulheres Socialistas discute-se em torno da escolha de um dia para emblemar a luta da mulher pelo direito ao voto, que é previamente fixado: último domingo do mês de fevereiro. Fevereiro foi escolhido por estas, em apoio ao final da greve das costureiras americanas, que engrossavam a luta socialista por um sindicato. Mas, no Congresso da Internacional houve divergências quanto a escolher um dia fixo (americanas queriam fevereiro, alemãs queriam 1º de maio, russas o mês de março). Decide-se então que o Dia Nacional da Mulher, passaria a Dia Internacional da Mulher e que cada país escolheria um dia fixo anual para a comemoração, de acordo com fatos históricos envolvendo mulheres daquela nação.
As mulheres socialistas americanas então passam a comemorá-lo no último domingo de fevereiro. As russas fixam a data em 19 de Março para lembrar um levante de mulheres, pelo direito ao voto, na Prússia. As comemorações em vários países europeus seguem o mês definido pelas russas, ou seja, março: Suécia, dia 1º; França, dia 9; Alemanha de Clara Zetkin, 8 de Março (sem que houvesse um acontecimento especial para a escolha deste dia). EUA, a partir de 1914 passam a comemorar o dia Internacional da Mulher em 19 de Março, seguindo os direcionamentos de Alexandra Kollontai, dirigente russa
Porém, em 23 de fevereiro de 1917 (08 de março pelo calendário ocidental), na Rússia e em plena guerra mundial, explode a greve por paz e pão das tecelãs de Petrogrado (hoje São Petersburgo) – exploradas, oprimidas e insurretas operárias, membros da base do partido comunista - que não acatam a decisão da direção central de não fazerem greves. É o estopim do começo da primeira fase da Revolução Russa (Revolução de Fevereiro).
Neste período, as greves estavam proibidas, por proteção ao proletariado e aos comunistas, pois a união entre soldados e operários era muito frágil, o período muito tenso devido à guerra e qualquer manifestação era um barril de pólvora, um estopim para um confronto maior maior com o czar.
Contra sua vontade, os bolcheviques, seguidos pelos operários e outros de esquerda se viram obrigados a fazer coro às mulheres de Petrogrado, juntando-se à marcha, que se transforma rapidamente em uma greve de massa, sob o apoio forçado do comitê central.
Então, após a I Guerra Mundial, em 1921, em Moscou, na Conferencia das Mulheres Comunistas, o dia 08 de Março é adotado como Dia Internacional da Mulher Operária – lembrando as revolucionárias de Petrogrado, sendo depois divulgado como Dia Internacional da Mulher para marcar sua luta universal por libertação e igualdade de direitos.
Porém, o dia foi deixando de ser celebrado, à medida que o ideal revolucionário se esvaía na Rússia, se perdendo completamente em meio à II Guerra Mundial, na década de 40.
Nas décadas seguintes à segunda guerra, os partidos de esquerda, em conflito com o comunismo e inclusive alguns partidos comunistas europeus, reafirmam e dão eco à invenção americana, publicando a tal greve das tecelãs nos EUA – que nunca existiu, atribuindo à data do suposto martírio daquelas operárias queimadas vivas, o marco da luta das mulheres em todo o mundo.
Por outro lado, os EUA se inseria como referência da sociedade capitalista mundial e as discussões em torno do dia da mulher ressurgem ali, num terreno fértil e bem aceito socialmente, na década de 60. Com o declínio do comunismo e queda do muro de Berlim, enterra-se de vez a verdade, pois não era de bom tom lembrar a vitoria da greve das mulheres rebeldes russas, em Petrogrado, que enfrentaram o absolutismo do czar e incitaram a revolução russa.
Um dia americano de luta da mulher fora “inventado” para capitanear para o estado norte-americano um mérito ilegítimo. E entre invenções, confusões, intenções e fantasias, o mito se fez, respaldado na década de 70 pela ONU e UNESCO.
Esta é a verdadeira história. E é esta que deve ser divulgada, quebrando essa inverdade, resgatando os fatos que alicerçam a luta da mulher socialista.
Não aceitamos este mito e é esta história verdadeira que devemos passar a contar.
 Saudações socialistas,
Mônica.
Para fortalecer a luta e finalizar nosso domingo, alguns escritos milenares recolhidos de livros sagrados e filosóficos sobre a história da opressão da mulher.


Leis  de Manu (Livro Sagrado da Índia): "Mesmo que a conduta  do marido seja censurável, mesmo que este se dê a outros amores, a mulher virtuosa deve reverenciá-lo como a um deus. Durante a  infância, uma mulher deve  depender de seu pai, ao se casar de seu marido; se este morrer, de seus  filhos e se não os tiver, de seu soberano. Uma mulher nunca deve governar  a si própria."

Constituição  Nacional Suméria (civilização mesopotâmica, século XX A.C.):"A  mulher que se negar ao dever conjugal deverá ser atirada ao  rio."

Código  de Hamurabi (Constituição Nacional da Babilônia, decretada pelo rei Hamurabi, que a concebeu sob inspiração divina, século 17 A.C.): "Quando  uma mulher tiver conduta desordenada e deixar de cumprir suas obrigações do lar,  o marido pode submetê-la à escravidão. Esta servidão pode, inclusive, ser  exercida na casa de um credor de seu marido e, durante o período em que  durar, é lícito a ele (ao marido) contrair novo matrimônio."

Zaratustra  (filósofo persa, século 7 A.C.): "A  mulher deve adorar o homem como a um deus. Toda manhã, por nove vezes consecutivas, deve ajoelhar-se aos pés do marido e, de braços cruzados, perguntar-lhe: 'Senhor, que desejais que eu faça?'"    Péricles  (político democrata ateniense, século V a.C., um dos mais brilhantes cidadãos da civilização grega): "As  mulheres, os escravos e os estrangeiros não são cidadãos."

Confúcio  (filósofo chinês, século V a.C.): "A  mulher é o que há de mais corrupto e corruptível no   mundo."

Demóstenes  (político ateniense, século IV a.C.): “A  mulher deve pedir ao seu marido, antes dele morrer, que lhe designe um tutor, ou até, se for da conveniência dele, um segundo   marido."

Aristóteles  (filósofo, guia intelectual e preceptor grego de Alexandre, o Grande,  século IV A.C.): "A natureza só faz mulheres quando não pode fazer homens. A mulher é portanto, um homem inferior."

São  Paulo (apóstolo, ano 67 d.C.): "Que as  mulheres estejam caladas nas igrejas, porque não lhes é permitido falar.  Se querem ser instruídas sobre algum ponto, interroguem em casa os seus maridos."

Tertuliano  (teólogo cartaginês, século III): "Mulher,  tu és a porta do inferno, foste tu a primeiro violar a lei divina, a corromper aquele que o diabo não ousava atacar de frente; tu foste, na verdade, a causa da morte de Jesus Cristo."

Alcorão  (livro sagrado dos muçulmanos, escrito por Maomé no século VII, sobinspiração  divina):"Os   homens são superiores às mulheres porque Deus lhes outorgou a primaziasobre elas. Portanto dai aos varões o dobro do que dai às mulheres. Os maridos que sofrerem desobediência de suas mulheres podem castigá-las: deixá-las sós em seus leitos, e até bater nelas. Não se legou ao homem  maior calamidade que a mulher."

Yaroslao,  o Sábio (grão-duque de Kiev, autor da primeira constituição russa,século  X): "A vida  de uma mulher vale a metade da de um homem, no caso de, ao morrer, caber  ao Estado e seus parentes reclamarem indenização."

São Tomás de Aquino (italiano, um dos maiores teólogos da humanidade, século XIII):Para a  boa ordem da família humana, uns terão que ser governados por outros mais  sábios que aqueles; daí a mulher, mais fraca quanto ao vigor da alma e força corporal, estar sujeita por natureza ao homem, em quem a razão predomina. O pai tem que ser mais amado do que a mãe e merece maior respeito porque a sua participação na concepção é ativa, e a da mãe, simplesmente passiva e material."

Petrarca  (poeta italiano do Renascimento, século XIV): "Inimiga  da paz, fonte de inquietação, causa de brigas que destroem toda a tranqüilidade, a mulher é o próprio diabo."

Le  Ménagier de Paris (Tratado de conduta moral e costumes da França, século XIV):"Quando  um homem for repreendido em público por uma mulher, cabe-lhe o direito de  derrubá-la com um soco, desferir-lhe um pontapé e quebrar-lhe o nariz para que assim, desfigurada, não se deixe ver, envergonhada de sua face. E é  bem  merecido, por dirigir-se ao homem com maldade de linguajar  ousado."

Jakob  Sprenger (dominicano alemão do período da Inquisição, especialista em bruxarias, século XV):"Na  criação da primeira mulher houve uma falha, pois foi feita de uma costela curva. curvada na direção contrária à do homem. Portanto,  é um animal imperfeito. É mais fraca de mente e de corpo e por natureza  mais impressionável. Tem memória fraca, não é disciplinada, perdendo a  todo momento o sentido do dever. Por seus distúrbios passionais e  afetivos  é vingativa e propensa a abjurar a fé. Não é de se estranhar que este sexo  tenha dado tantas bruxas."

Lutero  (teólogo alemão, reformador protestante, século  XVI): "O pior adorno que uma mulher pode querer usar é ser sábia."

Henrique  VII (rei da Inglaterra, chefe da Igreja Anglicana, século  XVI): "As  crianças, os idiotas, os lunáticos e as mulheres não podem e não têm capacidade  para efetuar negócios."

Jean-Jacques  Rousseau (escritor francês, precursor do Romantismo, um dos mentores da Revolução Francesa, século XVIII):"Enquanto  houver homens sensatos sobre a terra, as mulheres morrerão solteiras." 


Constituição  Nacional inglesa (século XVIII):"Todas  as mulheres que seduzirem e levarem ao casamento os súditos de Sua Majestade mediante o uso de perfumes, pinturas, dentes postiços, perucas e recheio nos quadris, incorrem em delito de bruxaria e o casamento fica automaticamente anulado.

Napoleão  Bonaparte (imperador francês, século XIX): "As  mulheres nada mais são do que máquinas de fazer filhos."

Friederich  Hegel (filósofo e historiador alemão do século  XIX): "A  mulher pode ser educada mas sua mente não é adequada às ciências mais elevadas, à filosofia e algumas das artes."